15.12.12
Os nossos corpos deitavam-se impávidos e serenos sobre a toalha colorida que tinha levado emprestada do armário de velharias da mamã. Manuseavas o cigarros por entre os dedos da mão direita, notei a tua indecisão. Acabaste por pousá-lo em cima do teu maço Camel, onde apenas resistiam três cigarros, os meus favoritos, mentol, senti-me tentada a roubar-te um, mas tinha a certeza que não ias gostar da ideia. Detinha o meu olhar nas maçãs marcadas do teu rostos, onde podia ver que esboçavas um sorriso, mantinhas-te fixo na céu, sem nuvens, totalmente cinzento que adivinhava uma noite desordeira. As nossas almas pintavam e brincavam pelo jardim, deixando um rasto de alegria nos nossos corpos. Castigavas-me com cocegas e arrepios nas pernas depois de te ter insultado amorosamente, com palavras engraçadas. Acho que podíamos falar durante horas, partilhar os mesmo livros, -eu iria contar-te as piadas amorosas dos meus e tu o enredo aventuroso dos teus-,ouvir a mesma música no gira-discos, aumentar a nossa colecção de aviões de papel e nunca teriam de haver despedidas, porque estaríamos ambos em casa. Acabou o tempo, apressaste-me a arrumar a toalha e a cafeteira para dentro do saco, agraciaste-me o cabelo, abraçaste-me e deste-me um beijo na testa, Sabes nós estamos ambos em casa, tu vives no meu coração assim como eu no teu, não é? Não respondi, acho que nem precisei. Amo-te.
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