21.1.13

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Tinha livros esquecidos no tempo onde repousavam desabafos em forma de pétalas de rosa, vermelhas e laranjas, meladas e acastanhadas pelo tempo, pela solidão, pelo frio e pelo o calor. Escondiam segredos, cantos de paixão e designações de amor.
Quis ter rejeitado o tempo, e deixar-me derreter mais vezes pelos teus lábios bordô que vestem sempre um ar aparentemente rígido. Contava com problemas, e tu sabias como encontrá-los. Perdias-te em mil desculpas e eu detestava quando fugias a assuntos de coração. Eras uma imagem rude e dura, doentia seria qualquer alma por se aproximar de mãos tão geladas. Juravas ser sempre o mesmo, nem que as estações deixassem de existir.
óh e como eu desejava que as pétalas fossem máquinas do tempo.

29.12.12

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Riamos alto e falávamos do filme que ambos tínhamos visto na noite anterior, papéis azulados perdiam-se no meio da multidão que esperava apressada  na fila para o café. Criavas histórias sobre as pessoas que iam entrando, troçavas da alma delas e da maneira como o seu respirar parece tão sufocante. Entrecalavas palavras com um gole na tua chávena e naquele momento éramos como duas vozes sumidas pelo café.
Eu gostava disso e da maneira como falávamos durante horas, sem nunca dizermos uma palavra. Tenho saudades tuas, sabes?